Organização Não Governamental denuncia que gigante americano não cumpriu promessa de melhorar situação
A organização Observatório das Condições de Trabalho na China denunciou hoje, num relatório, as "condições de trabalho miseráveis" numa fábrica de um subcontratado chinês da Apple, com baixos salários, horas não pagas, dormitórios infestados de percevejos.
"Os baixos salários, as longas durações de trabalho, as horas não pagas, as más condições de segurança e as condições de vida miseráveis persistem", considerou a organização China Labor Watch, que realizou clandestinamente uma investigação numa fábrica do grupo Pegatron, em Xangai, subcontratado da Apple.
Depôs do seu dia de trabalho, os empregados, alojados na empresa, são conduzidos para dormitórios superlotados e insalubres, equipados com camas "infestadas de percevejos", descreveu a organização.
O seu documento, que recenseia "uma vintena de violações" do direito de trabalho, vem somar-se a vários estudos que denunciam as condições de trabalho nas fábricas chinesas que trabalham para a Apple.
Contactada pela agência noticiosa AFP, a Apple não reagiu.
Mesmo depois de o grupo norte-americano se ter comprometido recentemente com a melhoria da situação na China, no relatório garantiu-se que o quotidiano dos assalariados não mudou no terreno.
Na fábrica de Xangai, a duração semanal do trabalho foi reduzida de 63 para 60 horas, mas as condições de trabalho atuais não são "em geral" melhores do que as que existiam há dois anos, garantiu a China Labor Watch.
Segundo esta organização, os assalariados não são informados dos perigos a que se expõem, resultantes das substâncias químicas, como mercúrio ou arsénico, utilizadas na fábrica.
"Ninguém lhes dá a menor informação sobre o momento em que estas substâncias entram no processo de produção ou sobre os meios de se proteger", especificou-se no texto.